Eu sou um daqueles caras chatos que prefere o vinil ao CD. Não é querer ser retrô ou anti tecnologia. A real é que o vinil tem um som com qualidade superior, a capa, maior, permite uma arte mais elaborada, e a própria não portabilidade dá uma sensação diferente ao ve-lo junto de outros discos na prateleira. Acaba se tornando um objeto de decoração, algo assim.
segunda-feira, agosto 31, 2009
A volta do vinil no Brasil
sábado, agosto 29, 2009
Entrevista Phil Driver, fundador da Soul Unsigned
Primeiro, conte-nos sobre você e seu background, Phil.
Como começou a idéia da Soul Unsigned? Qual sua história?
Naquela época, a maioria dos independentes estavam oferecendo downloads gratis de suas músicas, então criei uma grande coleção de músicas. Em 2007, eu contactei a Solar Radio e sugeri a idéia de fazer um show com vários artistas sem gravadora. Eles responderam me perguntando se eu gostaria de apresentar o show. Foi assim que a Soul Unsigned começou, como um programa mensal na Solar.
Eu não faço mais o programa, mas semanalmente o Soul Unsigned vai para estações FM na Espanha (Exite.FM), Suécia (KissFM e MRS FM) e pras Ilhas Canárias (QFM) e em webrádios inglesas e holandesas.
E sobre o nome, porque tão incisivo?
Quais artistas são mais proeminentes na Soul Unsigned atualmente?
O que é preciso para ser um artista da Soul Unsigned?
Raramente lemos todo o hype e RP que artistas nos mandam. Apenas escutamos a música e se gostarmos, promovemos.
Ouvimos todas as músicas que recebemos, e sempre provemos feedback, bom ou mal. Uma track sera rejeitada caso a qualidade da produção ou o vocal sejam ruins, ou se a música em si não se encaixe nos gêneros que promovemos.
Quando podemos esperar um distribuidor sulamericano?
A maior ferramente que uso ao promover nossos próprios releases é o Google. Estou constantemente procurando por novos contatos que possam ajudar promover nossa música. Raramente alguém chegará até você; você precisa ir e encontrá-los. É um trabalho duro, mas é o único modo.
Além de jazz, funk e soul, o que mais você ouve?
Quais são seus planos para o futuro, dentro e fora da label?
Quanto ao show semanal de rádio, gostaria de vê-lo mais transmitido ao redor do mundo.
E estamos lançando a nossa nova loja – www.thesoulshop.com, para que possamos começar a vender os CDs de muitos dos artistas que promovemos na Soul Unsigned.
Por favor, uma última palavra de amor para nossos leitores.
Mantenha a fé, mantenha a soul music viva!
R. Darci
quinta-feira, agosto 27, 2009
O show do Nazareth
- Não conheço muito. Só aquela Love Hurts – falei, desapontando ele.
- Esse CD aqui é clássico – ele falou – É o meu favorito.
- Legal.
- Os caras já tocaram até em Santos... Incrível, né?
- Ah é?
- É. Eles iam fazer vários shows no Brasil. Em São Paulo. Aí, espertos, resolveram dar uma esticadinha até a praia.
- Que legal. Onde foi?
- Na Reggae Night, tá lembrado? E acredita que eu não fui?
- Putz, por que não?
- O dia do show caiu exatamente no meu aniversário de namoro.
- Sério?
- É. E eu não ia poder deixar a namorada pra ver o Nazareth. Me arrependo disso até hoje.
- Ah...
- E o pior de tudo é que o namoro acabou uma semana depois.
- Que droga.
- Devia ter ido...
E o som do AC/DC rolava no carro.
terça-feira, agosto 25, 2009
One Yellowman inna the yard!
Órfão, o bonitão foi criado na icônica Alpha Boys School, em Kingston. A escola formou a maioria dos músicos importantes da ilha, sendo que ensinavam sempre teoria musical, a fim do moleque sair de lá com um ofício, e foi responsável pelo talento de Yellowman com a música. Junto com o King Stitt, ele é um dos artistas mais feios da Jamaica. No caso dele, é pelo fato dele ser um albino. Mas não um albino normal, mas um albino feio pra caralho. Daí o apelido Yellowman. Apesar de parecer o cão do avesso, não desistiu da música e, quando adolescente, venceu um concurso de toasting - improvisação no mic de um instrumental, e conseguiu um trampo como dj substituto de uma soundystem. Daí pra frente, com o talento diferenciado e a aparência exótica, o sucesso foi imediato. Pra se ter uma noção, ele foi o primeiro jamaicano a assinar com uma major americana.
Com letras satíricas a respeito da sua própria vida, lançou vários singles na década de 80, sendo que em 82 debutou com o álbum “Mister Yellowman”. O disco, aliás, é fodido, com tracks do calibre de “Mr Chin”, “Yellowman Getting Married” e “Natty Sat Upon The Rock”, o sucesso ganhou proporções internacionais. Claro. Pense nessa figura com as roupas estranhas que ele costumava usar cantando sobre comer a filha do chinês dono da vendinha. Ele até tem um álbum cujo nome é Yellow like cheese. ‘Amarelo como queijo’. Ele leva a máxima de saber rir de si mesmo a uma outra esfera completamente superior. Se tivesse nascido nos Estados Unidos, seria Rei.
E pra quem acha que Yellowman parou, se fodeu. O esquisitão tá com 53 anos e na ativa até hoje fazendo shows pelo mundo inteiro, tendo inclusive tocado em nosso país. Em matéria de lançamentos, vem produzindo ininterruptamente e feito parcerias como com o rapper Run-Dmc. Não há o que discutir, ele é realmente o cara.
R. Darci e Morone
segunda-feira, agosto 24, 2009
Action presents: Ninakupenda Afrika! Afrojazz Mixtape
Começando com Femi Kuti,-filho mais velho do lendário Fela Kuti- a track tem um pé e meio no Afrobeat mas conserva um clima jazzy. Temos também a presença do camaronês Manu Dibango, autor da famosa Soul Makossa e diversos representantes da África do Sul: Da saudosa Mama Afrika Miriam Makeba, que faz uma homenagem ao Brasil com Xica da Silva, aos não tão famosos por aqui Hugh Masekela e Letta Mbulu. Ambos são estouradíssimos no continente africano e Masekela chegou até a gravar pela Motown e participar do Woodstock Black!
A seleção também conta com os pioneiros Salah Ragab, egípcio, o senegalês Mor Thiam, também conhecido por ser pai do rapper Akon e o maior representante do Jazz africano em todos os tempos: Mulatu Astatke. O cara faz um som único, extremamente soturno e aqui nos presenteia com a lindíssima Tezetaye antchi lidj. Ainda temos o etíope Mahmoud Ahmed com uma bela mistura de jazz com cantos tradicionais e para finalizar com chave de ouro, uma homenagem a outro etíope, Tilahun Gessesse, recentemente falecido e um dos baluartes do jazz de seu país juntamente com Astatke.
Agora, sente, relaxe e BON VOYAGE!
Para ouvir, só clicar no play. Se quiser baixar, selecione a setinha para baixo ali a direita do player!
Ninakupenda Afrika! Afrojazz Mixtape por coletivoACTION
Tracklist:
01 - Femi Kuti - Tell me
02 - Mor Thiam - Kanfera return of fisher
03 - Manu Dibango - Groovy flute
04 - Salah Ragab & The Cairo Jazz Band - Neveen
05 - Mahmoud Ahmed - Belomi benna
06 - Miriam Makeba - Xica da Silva
07 - Hugh Masekela & The Union Of South Africa - Dyambo
08 - Mulatu Astatke - Tezetaye antchi lidj
09 - Letta Mbulu - What's wrong with groovin'
10 - Tilahun Gesesse - Kasegnesh
sexta-feira, agosto 21, 2009
FUTURAFRICA 3: DE LEVE
A Festa
Nosso objetivo é realizar festas mensais propagando e produzindo a cultura transmigratória e nômade, inspirados no afrofuturismo. As manifestações culturais apresentadas no projeto Futuráfrica tem como linguagem o Sound System, os filmes de ficção cientifica e estética rizomórfica, fazendo assim o papel de uma rádio ao ar livre, transformando-se em um meio de comunicação e divulgação. Nas edições anteriores tivemos como convidados B negão, Totonho e os cabra, Veiga & Salazar, Xis, Reação Global, Gatto Ninja, Caio Bosco(Radiola Santa Rosa), Dimitree & Marcelo Andrey (Speed Whales), Mc Cigano, Kassius Clay, Sandro(Consciência & Raiz), Mc Ingrid INR e Wymar Santos.
DE LEVE
De Leve: inovando, incomodando e subvertendo o rap nacional!
O rap é um gênero que nasceu subversivo por natureza, através dele inúmeros MCs, DJs e seus grupos protestam, discursam e passam suas mensagens. De chinelo e bermuda florida, em 2000 à frente do Quinto Andar, o niteroiense Ramon Moreno de Freitas, conhecido como De Leve, deu um jeito de subverter o estilo.
As diferenças não eram gritantes só visualmente, também musicalmente falando, visto que o caminho escolhido ia na direção oposta às das rimas sisudas predominantes no cenário hip hop nacional. A criatividade e a ironia o levavam a um lugar de destaque, o fazendo romper fronteiras e – com o advento da internet – ir parar nos quatro cantos do país.
Sempre trabalhando de forma independente e produzindo seus trabalhos (ou com a ajuda dos amigos), De Leve lançou no segundo semestre de 2001 o EP “Introduzindo: De Leve” (Tomba Records). Na capa havia um carimbo avisando o conteúdo de suas sete músicas: “deboche explícito”. Fugir dos chavões e clichês lhe rendeu destaque tanto na grande, quanto na mídia especializada; o pontapé para a discórdia havia sido dado. Como tudo que é novidade e/ou diferente, houve quem amou ou odiou, definitivamente a indiferença passou longe.
Em 2003, De Leve assumiu de vez a postura de contestação em relação ao rap e soltou “Estilo Foda-se”, o EP é sinônimo de subversão, mas, acima de tudo, inovação. Mais uma vez lançado pela Tomba, com a mãozinha de DJ Castro e Bruno Marcus assinando a produção, a evolução foi mútua.
O trabalho abriu ainda mais portas ao rapper, acabou saindo em CD – com o anterior como bônus – pelo selo Segundo Mundo, de Dudu Marote, e rendeu passagens por programas de TV (Rede Globo, MTV, TVE, RedeTV), participação em trilhas sonoras (do seriado “Cidade dos Homens” e do quadro Mercadão de Sucessos, no Fantástico, ambos da Globo, do filme “Ódiquê”), apresentação no TIM Festival e participação em diversas coletâneas. Artistas como Caetano Veloso e Los Hermanos não lhe pouparam elogios, assim como alfinetadas foram trocadas com Marcelo D2, rendendo citações em músicas dos dois lados.
Não por menos, em 2006, De Leve o “homenageou” intitulando seu CD como “Manifesto ½ 171”, um de seus mais variados álbuns. Produzido por ele e Bruno Marcus (guitarra, teclado e cavaco), co-produzido, mixado e masterizado por Plínio Profeta, o trabalho tem tudo aquilo que circunda seu repertório, ou seja, ironia, ginga e belas rimas e sacadas; além de uma carga recheada de rap, funk, dub, eletrônico e ragga.
Em 2007, De Leve se juntou a Flu (ex-De Falla) e Luciano Granja (ex-Engenheiros do Hawaii) para formar o Leme. No projeto, o rapper usa sua voz de forma diferente, explorando mais as melodias que as rimas. Em 2008, o trio fez alguns shows pelo Rio de Janeiro e Sul do país e em janeiro de 2009 uma bombástica apresentação na Campus Party, em São Paulo (SP).
Sua versatilidade já lhe rendeu inúmeras parcerias – ao vivo ou em gravações – com nomes como KLJay (DJ do Racionais MCs), Instituto, Veiga e Salazar, Xis, João Brasil, B.Negão, A Filial, Black Alien, Nervoso, entre outros. À convite de Dado Villa-Lobos, diretor musical do filme “Os Porralokinhas” (Globo Filmes), gravou a música tema com Paula Toller (Kid Abelha).
Eis que chega abril de 2009 e o niteroiense exterioriza oficialmente seu personagem “De Love”. A princípio, como sempre fez, disponibilizou canções do projeto gratuitamente na internet – vale dizer que todos outros trabalhos estão na rede.
Depois de uma junção entre De Leve, Ideal Records (um dos selos que mais têm inovado no independente nacional) e CemporcentoSKATE (a revista de skate mais consolidada do país), o disco chega, por R$ 6, 90, às bancas de todo o Brasil encartado nos 35 mil exemplares.
Ao todo são 11 faixas, sendo que duas já são hits de seu pseudônimo Caramujo Sonolento (“Quem Disse Que Caramujo Não Tem Coração?” e a clássica “A Lenda”, que com justiça agora chegam a CD), cinco já podiam ser ouvidas na internet e quatro inéditas.
“De Love” é, sim, um álbum de amor, mas acima de tudo de um sentimento que brinda à liberdade; seja de misturar, inovar, experimentar... O rapper adotou propositadamente um visual cafajeste satírico, num misto de crooner de churrascaria com rapstar gringo ostentador de jóias e dono de péssimo gosto. A cara de pau e o discurso, hoje, tido como politicamente incorreto aparecem nas agitadas “O Quê Que Nego Quer” e “Elas São Sinistras”.
Na abertura a tropical “Sempre A Caminhar” mostra uma brasilidade rítmica e na variação de entidades religiosas citadas. Um acento regional chega através do paraibano Totonho (sim aquele “d’os Cabra”!) na deliciosa “Pra Ser Filiz”, cheia de contraste de sotaques, batidas fortes, sopros e cavaco.
Ah, o amor, já que batizou o disco, aparece aqui e ali, não de forma piegas, mas como trocas de palavras (birras ou elogios) do dia-a-dia: o reflexo da rotina de “O Quê Que Você Conta?” e a suave “Quero-te Bem”.
O rap norteamericano pode ser constatado ao longo do disco através de batidas que reverenciam a Velha Guarda ou ainda no esculacho no uso exagerado do Auto-Tune tão em voga com os astros de hoje na reggaeton “Minha Maluca”.
Não só a ironia é presença tradicional nas letras de De Leve, a acidez cutuca e reflete a realidade, como em “Dinhêro” e “Quer Dançar?” (a única que o rapper não assina a produção, e sim Voltair, a mixagem e a masterização são de Bruno Marcus).
Com suas batidas dançantes, tiradas inteligentes e sarcasmo afiado, De Leve vai conquistando seu espaço, inovando, incomodando e subvertendo o rap nacional. Não gostou? Os incomodados (e retrógrados) que se mudem!
Ricardo Tibiu
Março/2009
DUBKILLA
Desde 1996, direto da cidade de Santos, Mauro Mariano e seus comparsas musicais usam da necessidade de mostrar outra sonoridade além do reggae tradicional. É um projeto de estúdio que adciona, subtrai e mescla instrumentos com efeitos de eco, reverbes e fazem uma colagem sonora de inúmeras fontes musicais. Tido como um dos primeiros a usar o DUB como estilo musical na Brasil.
DJ Lufer
Natural de Santos, nascido e criado no famoso bairro da Vila Belmiro (templo do futebol), desde sempre a mistura fez parte da sua vida. Pai de origem africana e a mãe filha de portugueses, determinaram desde pequeno que o barato era misturar. Nas reuniões familiares, o samba e a brasilidade enriqueceram sua mente com os batuques e as letras que retratavem o cotidiano e as crendices populares. Com esse exemplo em sua própria casa, aprendeu a respeitar e entender a pluralidade no mundo. "Hoje agradeço a Deus por ser filho de uma mistura maravilhosa e poder trazer isso para o que hoje, eu mais amo fazer... TOCAR MÚSICA DE TODO O MUNDO E VER O POVO DANÇAR". Brasilidade, Latinidade, Balkan Beats, Rare Grooves, Dub, Soul, enfim todos os beats do mundo fazem parte de seu inusitado set. Gosta de surpreender ao público com as loucas batidas do pancadão global, por isso é chamado também de Beat Loco.
Atualmente produz em Santos a festa mensal FUTURAFRICA, e junto com um coletivo de artistas locais faz um sound system de arrebentar o quarteirão.
DJ Beto Machado
DJ da renomada Radiola Santa Rosa (Guarujá), Betinho, como é chamado na intimidade, é conhecido pela técnica do Turntablismo. Domina o scratch,e utiliza de várias fontes musicais para produzir um set dançante e cheio de experimentações. Nos pratos, usa e abusa de sonoridades da vanguada do rap, do old school, passando pelo Tropicalismo, Psicodelia tupiniquim, e fortes pedradas do Dub e Soul.
Quanto? R$20 Quando? 23/08, às 22:00 Onde? NetBar Av. Mal. Floriano Peixoto 302 - Maiores informações: 3225-2939
quinta-feira, agosto 20, 2009
Depois do cinema
Todas as quintas, o colega Ciro Hamen, do Acento Negativo, escreve crônicas sobre a cidade pra Action. Depois de um período de férias, o cara tá de volta. Hoje, sua décima quarta crônica.
- Você estava no cinema sozinho?
- Tava.
- E o que leva um menino a ir sozinho no cinema?
- Não sei. Eu gosto de ver filmes. Você também estava sozinha no cinema?
- Estava.
- E o que leva uma menina a ir sozinha no cinema?
- Não sei também.
- Pois é. Eu gosto muito de ir ao cinema. E não é sempre que dá pra arrumar companhia.
- Você estava em que filme?
- Almoço em Agosto.
- Ah, eu li umas críticas boas sobre este filme.
- É. Eu gostei. É engraçado. E você? Foi ver o quê?
- Tinha Que Ser Você.
- Legal. Eu vi esse já. Gostei bastante.
- É. Eu também.
- Só.
- É que não é muito normal ir sozinho ao cinema. Pelo menos minha mãe acha estranho. Meus amigos...
- É. Normal acharem estranho.
- Pois é. Eu tenho que passar por isso o tempo inteiro.
- Bom, eu viro aqui.
- E eu sigo reto.
- Tudo bem. Como é o seu nome?
- Sara e o seu?
- Roberto.
- Prazer. Talvez a gente se encontre no cinema.
- É. Tchau.
- Tchau.
Ciro Hamen é jornalista, escreve diariamente sobre cinema no blog www.acentonegativo.blogspot.com e todas as quintas-feiras no Coletivo Action.
sexta-feira, agosto 14, 2009
Daggering+LSD: Major Lazer lança clipe novo
Jamaicano, atual residente de Trinidad, ex-commando na guerra secreta contra os zumbis de 1984, onde perdeu o braço. Luta contra vampiros, tem um skate a jato e festeja duramente. Tem seu próprio bonequinho e faz Mr T querer ser ele quando crescer. Guns don't kill people. Lazer do. Conheça seu pior pesadelo: Major Lazer.
quinta-feira, agosto 13, 2009
Deitado no beliche
Um novo dia entrava pela janela e me acordava deitado em cima daquele beliche. Na verdade não era a luz que me acordava, mas o barulho que vinha lá de fora. Música, coros, tambores. O que era aquilo? Estava em um país estranho. Um lugar diferente. Será que aquilo era normal lá?
Não conseguia me levantar para ver. Meu corpo não deixava. O que tinha acontecido na noite passada? Não lembrava direito. Lembrava apenas do frio de puta madre.
Provavelmente estava de ressaca e por isso não conseguia me mover.
- Marcos, dá pra você pegar minha água?
Precisava tomar algo antes de me movimentar.
Desci a escada do beliche com cuidado e fui para a pequena sacada do quarto. Na rua, uma multidão se apertava, soltando fogos, cantando gritos de guerra, batendo tambores e carregando bandeiras azuis e brancas.
Estavam pedindo emprego. Era uma marcha de operários. Várias. Quando uma acabava, começava outra. Precisava ver aquilo de perto. Mesmo mal, desci os quatro andares com a minha câmera.
Algumas pessoas carregavam pedaços de pau, mas as marchas eram pacificas. A polícia ficava do lado, mas sem fazer nada. Os restaurantes mostravam os protestos ao vivo na tevê. O frio da noite anterior continuava. E a ressaca não passava. Provavelmente estava doente, com gripe, sei lá. Preferia não pensar naquilo. Preferia entrar no meio da multidão. Apoiar aquilo de alguma forma.
Ciro Hamen é jornalista, escreve diariamente sobre cinema no blog www.acentonegativo.blogspot.com e todas as quintas-feiras no Coletivo Action.
quarta-feira, agosto 12, 2009
Mais impressão oldschool na fita!
terça-feira, agosto 11, 2009
A vila do Soul: O museu da Stax Records
Depois da label falir em 1976 e o espaço ser vendido a uma Igreja, a sede chegou até a servir de cozinha aos tradicionais pratos de sopa servidos para os pobres da região. O lugar foi revitalizado, quando em 1989, um grupo de anônimos e fãs da gravadora fundaram uma organização para revitalizar a área, patrimônio cultural não só da região, como do mundo todo.
Um lado legal do Museu é o espaço dado à artistas e outras gravadoras, como a rival Motown, a antiga parceira Atlantic Records e a jóia Muscle Shoals. Foda demais. Isso sem contar o espaço reservado aos artistas que não gravaram pela Stax, mas que também são importantíssimos, como Stevie Wonder, Marvin Gaye, Sam Cooke, etc. A grande sacada do museu, aliás, é essa preocupação de não ser apenas um lugar auto contemplativo, mas um lugar pra se conhecer melhor a música americana como um todo.
No prédio anexo ao museu, ainda existe a Stax Music Academy, uma escola de música e talvez o melhor lugar pra se aprender música em todo os EUA. E pra completar o complexo, ainda existe a Soulsville Charter School, onde os alunos tem matérias tradicionais do currículo escolar, como, Matemática e Artes.
Pra quem tem grana de ir pra lá ou está lendo a matéria e mora por perto, você precisa ir. Grande parte da história da música negra contemporânea mundial está disponível por $12 nesse grande complexo. Se você não tem mesmo como visitar, no site do museu existe a possibilidade de uma visita online, além de uma lojinha com todos os apetrechos de um verdadeiro fã dessa sensacional gravadora.
Detalhe pro Cadillac do Isaac Hayes. O cara tinha bom gosto haha.
segunda-feira, agosto 10, 2009
Viva Cuba! A era de ouro da arte na ilha
O leitor que frequenta a Action deve ter diversos motivos para nos acompanhar. Curte as matérias de música negra, as crônicas dos colaboradores, tem tara por gordos ou gosta dos cartazes que a gente produz. Pois bem, a arte cubana, mais especificamente a pós revolução, é uma das grandes influências do coletivo e é dela que falaremos hoje.
Abaixo, deixamos os dados da expo:
Exposição de Cartazes Cubanos:
Data: de 5 de agosto a 13 de setembro
Local: Caixa Cultural - Praça da Sé, 111, Galeria Betetto
Horário: 9 às 21. Recomendação etária: Livre. Entrada: Grátis
Informações: (11) 3103-5723
http://www.caixacultural.com.br
sábado, agosto 08, 2009
O Soulman dos corações despedaçados
Com o fim da década de 70, o soulman embarcou em carreira solo. Ainda como presidente da Motown, lançou um disco no ano seguinte da saída dos Miracles. Seu primeiro single solo, aliás, foi dedicado aos antigos companheiros de grupo.
Pra terminar a matéria, algumas tracks do cara que mostram o lado mais smooth da soul music:
terça-feira, agosto 04, 2009
O lado black de Madchester
Muita gente deve se perguntar porque falamos de Madchester se somos um coletivo que fala de música negra. Madchester foi muito influenciada pelas primeiras festas de Soul Music na década de 60 e 70. Fora que os próprios pertencentes à cena tocaram música com pegada de funk, soul, rap, reggae e house.
Happy Mondays - Bob's Yer Uncle (12'mix)
Marcel King - Reach For Love
Aliás, esse single é o favorito do Shaun Ryder, vocal do Happy Mondays. Um soul com uma pegada 80’s e até meio brega, mas linda. No clipe, uma pá de dançarino fazendo vários passos legais no lendário Haçienda. Marcel King tempos depois morreria de um tumor no cérebro, bem jovem.
X-Odus - English Black Boys
808 State - Pacific State
Primal Scream - Come Together
sábado, agosto 01, 2009
Seja um Malevich
O empresário espanhol Xavier Vidal, depois de viver quatro anos em Moscou, se impressionou com uma gravura suprematista do artista Kazimir Malevich exposta em um Museu local. O impacto foi tão grande que, ao voltar para sua cidade natal, Barcelona, Xavier criou o jogo Be a Malevich.
Segundo Xavier, "Be a Malevich significa ser criativo, romper barreiras, ser você mesmo. o jogo também tem algo de arquiteto que nunca fui e nunca serei." Baseado no modelo Alpha dos Architectons, possui as peças em tamanho original como as do artista soviético, e vem em dois modelos. O primeiro, com 19 peças, custa a bagatela de €55, enquanto o de 27 blocos, é conseguido por €65. Um preço meio salgado, mas pensando pela qualidade do material e o custo de produção, o valor é justo.
O site do Be a Malevich é bem bacana. Além das fotos do produto, rola informações sobre os Architectons originais e bibliografia sobre o artista. Há também a possibilidade de comprar o jogo direto do site. O ruim é que o valor é cobrado em Euros. Fica a nossa torcida de encontrar o produto em locais que vendam em dólares.
Malevich, o suprematista
Malevich foi um dos grandes artistas gráficos do século XX. Influenciado pelo cubismo e pelas antigas gravuras russas, criou o Suprematismo, movimento inspirado na imagem de um quadrado preto sobrepondo um piso branco. "eu sentia apenas a noite em mim e então eu concebi a nova arte, que chamei de suprematismo".
O cara, como todo artista soviético, era multimídia. Foi professor, pesquisador e participou de diversas exposições. Junto com Kandinsky e Mondrian, é reconhecido como um dos grandes mestres da arte não figurativa. No início de carreira chegou a criar cenários para uma ópera futurista. O artista soviético e de origem ucraniana também tinha fascinação pela fotografia aérea, o que inspirou toda a concepção dos Architectons.
Infelizmente, sofreu fortes críticas da imprensa e do governo soviético que o acusavam de subjetivista. Por ter uma concepção diferente da arte pura x arte aplicada, também ganhou a inimizade dos construtivistas. Chegou a ser preso e torturado, morrendo abandonado e na pobreza em São Petesburgo, em 1935.