sexta-feira, agosto 21, 2009

FUTURAFRICA 3: DE LEVE


Terceira edição da FUTURAFRICA, uma das melhores festas periódicas na city, nesta edição com o DeLeve. Confiram o release dos caras e compareçam:


Mais uma edição da festa FUTURAFRICA no NetBar, e, dessa vez, o convidado é o rapper niteroiense De Leve, que trás à Santos o show de seu último cd "De Love", lançado pela revista 100%Skate na edição 03 (maio/09), com participação especial de Totonho (PB). Abrindo a noite, DUBKILLA e os DJs Lufer e Beto Machado.

A Festa

Nosso objetivo é realizar festas mensais propagando e produzindo a cultura transmigratória e nômade, inspirados no afrofuturismo. As manifestações culturais apresentadas no projeto Futuráfrica tem como linguagem o Sound System, os filmes de ficção cientifica e estética rizomórfica, fazendo assim o papel de uma rádio ao ar livre, transformando-se em um meio de comunicação e divulgação. Nas edições anteriores tivemos como convidados B negão, Totonho e os cabra, Veiga & Salazar, Xis, Reação Global, Gatto Ninja, Caio Bosco(Radiola Santa Rosa), Dimitree & Marcelo Andrey (Speed Whales), Mc Cigano, Kassius Clay, Sandro(Consciência & Raiz), Mc Ingrid INR e Wymar Santos.

DE LEVE

De Leve: inovando, incomodando e subvertendo o rap nacional!

O rap é um gênero que nasceu subversivo por natureza, através dele inúmeros MCs, DJs e seus grupos protestam, discursam e passam suas mensagens. De chinelo e bermuda florida, em 2000 à frente do Quinto Andar, o niteroiense Ramon Moreno de Freitas, conhecido como De Leve, deu um jeito de subverter o estilo.

As diferenças não eram gritantes só visualmente, também musicalmente falando, visto que o caminho escolhido ia na direção oposta às das rimas sisudas predominantes no cenário hip hop nacional. A criatividade e a ironia o levavam a um lugar de destaque, o fazendo romper fronteiras e – com o advento da internet – ir parar nos quatro cantos do país.

Sempre trabalhando de forma independente e produzindo seus trabalhos (ou com a ajuda dos amigos), De Leve lançou no segundo semestre de 2001 o EP “Introduzindo: De Leve” (Tomba Records). Na capa havia um carimbo avisando o conteúdo de suas sete músicas: “deboche explícito”. Fugir dos chavões e clichês lhe rendeu destaque tanto na grande, quanto na mídia especializada; o pontapé para a discórdia havia sido dado. Como tudo que é novidade e/ou diferente, houve quem amou ou odiou, definitivamente a indiferença passou longe.

Em 2003, De Leve assumiu de vez a postura de contestação em relação ao rap e soltou “Estilo Foda-se”, o EP é sinônimo de subversão, mas, acima de tudo, inovação. Mais uma vez lançado pela Tomba, com a mãozinha de DJ Castro e Bruno Marcus assinando a produção, a evolução foi mútua.

O trabalho abriu ainda mais portas ao rapper, acabou saindo em CD – com o anterior como bônus – pelo selo Segundo Mundo, de Dudu Marote, e rendeu passagens por programas de TV (Rede Globo, MTV, TVE, RedeTV), participação em trilhas sonoras (do seriado “Cidade dos Homens” e do quadro Mercadão de Sucessos, no Fantástico, ambos da Globo, do filme “Ódiquê”), apresentação no TIM Festival e participação em diversas coletâneas. Artistas como Caetano Veloso e Los Hermanos não lhe pouparam elogios, assim como alfinetadas foram trocadas com Marcelo D2, rendendo citações em músicas dos dois lados.

Não por menos, em 2006, De Leve o “homenageou” intitulando seu CD como “Manifesto ½ 171”, um de seus mais variados álbuns. Produzido por ele e Bruno Marcus (guitarra, teclado e cavaco), co-produzido, mixado e masterizado por Plínio Profeta, o trabalho tem tudo aquilo que circunda seu repertório, ou seja, ironia, ginga e belas rimas e sacadas; além de uma carga recheada de rap, funk, dub, eletrônico e ragga.

Em 2007, De Leve se juntou a Flu (ex-De Falla) e Luciano Granja (ex-Engenheiros do Hawaii) para formar o Leme. No projeto, o rapper usa sua voz de forma diferente, explorando mais as melodias que as rimas. Em 2008, o trio fez alguns shows pelo Rio de Janeiro e Sul do país e em janeiro de 2009 uma bombástica apresentação na Campus Party, em São Paulo (SP).

Sua versatilidade já lhe rendeu inúmeras parcerias – ao vivo ou em gravações – com nomes como KLJay (DJ do Racionais MCs), Instituto, Veiga e Salazar, Xis, João Brasil, B.Negão, A Filial, Black Alien, Nervoso, entre outros. À convite de Dado Villa-Lobos, diretor musical do filme “Os Porralokinhas” (Globo Filmes), gravou a música tema com Paula Toller (Kid Abelha).

Eis que chega abril de 2009 e o niteroiense exterioriza oficialmente seu personagem “De Love”. A princípio, como sempre fez, disponibilizou canções do projeto gratuitamente na internet – vale dizer que todos outros trabalhos estão na rede.

Depois de uma junção entre De Leve, Ideal Records (um dos selos que mais têm inovado no independente nacional) e CemporcentoSKATE (a revista de skate mais consolidada do país), o disco chega, por R$ 6, 90, às bancas de todo o Brasil encartado nos 35 mil exemplares.

Ao todo são 11 faixas, sendo que duas já são hits de seu pseudônimo Caramujo Sonolento (“Quem Disse Que Caramujo Não Tem Coração?” e a clássica “A Lenda”, que com justiça agora chegam a CD), cinco já podiam ser ouvidas na internet e quatro inéditas.

“De Love” é, sim, um álbum de amor, mas acima de tudo de um sentimento que brinda à liberdade; seja de misturar, inovar, experimentar... O rapper adotou propositadamente um visual cafajeste satírico, num misto de crooner de churrascaria com rapstar gringo ostentador de jóias e dono de péssimo gosto. A cara de pau e o discurso, hoje, tido como politicamente incorreto aparecem nas agitadas “O Quê Que Nego Quer” e “Elas São Sinistras”.

Na abertura a tropical “Sempre A Caminhar” mostra uma brasilidade rítmica e na variação de entidades religiosas citadas. Um acento regional chega através do paraibano Totonho (sim aquele “d’os Cabra”!) na deliciosa “Pra Ser Filiz”, cheia de contraste de sotaques, batidas fortes, sopros e cavaco.

Ah, o amor, já que batizou o disco, aparece aqui e ali, não de forma piegas, mas como trocas de palavras (birras ou elogios) do dia-a-dia: o reflexo da rotina de “O Quê Que Você Conta?” e a suave “Quero-te Bem”.

O rap norteamericano pode ser constatado ao longo do disco através de batidas que reverenciam a Velha Guarda ou ainda no esculacho no uso exagerado do Auto-Tune tão em voga com os astros de hoje na reggaeton “Minha Maluca”.

Não só a ironia é presença tradicional nas letras de De Leve, a acidez cutuca e reflete a realidade, como em “Dinhêro” e “Quer Dançar?” (a única que o rapper não assina a produção, e sim Voltair, a mixagem e a masterização são de Bruno Marcus).

Com suas batidas dançantes, tiradas inteligentes e sarcasmo afiado, De Leve vai conquistando seu espaço, inovando, incomodando e subvertendo o rap nacional. Não gostou? Os incomodados (e retrógrados) que se mudem!

Ricardo Tibiu
Março/2009

DUBKILLA

Desde 1996, direto da cidade de Santos, Mauro Mariano e seus comparsas musicais usam da necessidade de mostrar outra sonoridade além do reggae tradicional. É um projeto de estúdio que adciona, subtrai e mescla instrumentos com efeitos de eco, reverbes e fazem uma colagem sonora de inúmeras fontes musicais. Tido como um dos primeiros a usar o DUB como estilo musical na Brasil.

DJ Lufer

Natural de Santos, nascido e criado no famoso bairro da Vila Belmiro (templo do futebol), desde sempre a mistura fez parte da sua vida. Pai de origem africana e a mãe filha de portugueses, determinaram desde pequeno que o barato era misturar. Nas reuniões familiares, o samba e a brasilidade enriqueceram sua mente com os batuques e as letras que retratavem o cotidiano e as crendices populares. Com esse exemplo em sua própria casa, aprendeu a respeitar e entender a pluralidade no mundo. "Hoje agradeço a Deus por ser filho de uma mistura maravilhosa e poder trazer isso para o que hoje, eu mais amo fazer... TOCAR MÚSICA DE TODO O MUNDO E VER O POVO DANÇAR". Brasilidade, Latinidade, Balkan Beats, Rare Grooves, Dub, Soul, enfim todos os beats do mundo fazem parte de seu inusitado set. Gosta de surpreender ao público com as loucas batidas do pancadão global, por isso é chamado também de Beat Loco.
Atualmente produz em Santos a festa mensal FUTURAFRICA, e junto com um coletivo de artistas locais faz um sound system de arrebentar o quarteirão.

DJ Beto Machado

DJ da renomada Radiola Santa Rosa (Guarujá), Betinho, como é chamado na intimidade, é conhecido pela técnica do Turntablismo. Domina o scratch,e utiliza de várias fontes musicais para produzir um set dançante e cheio de experimentações. Nos pratos, usa e abusa de sonoridades da vanguada do rap, do old school, passando pelo Tropicalismo, Psicodelia tupiniquim, e fortes pedradas do Dub e Soul.

Quanto? R$20 Quando? 23/08, às 22:00 Onde? NetBar Av. Mal. Floriano Peixoto 302 - Maiores informações: 3225-2939

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