terça-feira, agosto 25, 2009

One Yellowman inna the yard!

Há cerca de alguns meses nós contribuimos a Agenciau com uma coluna semanal. Existem algumas verdadeiras pérolas por lá e, por isso, e pelo fato de termos preguiça de escrever coisas novas, estamos revivendo as melhores matérias de lá. Algumas já foram postadas aqui, e quando rola vontade, postamos por aqui.


É por uma razão que música negra é uma das grandes diretrizes da Action e uma das grandes influências nossas. Não existe comparação com qualquer outra. Seja caribenha, norte americana ou brasileira, sempre existem grandes pérolas endornando os devidos pescoços. Hoje vamos falar de um dos mais fodidos raggamans caribenhos e uma grande exceção dessa máxima: Yellowman.

Órfão, o bonitão foi criado na icônica Alpha Boys School, em Kingston. A escola formou a maioria dos músicos importantes da ilha, sendo que ensinavam sempre teoria musical, a fim do moleque sair de lá com um ofício, e foi responsável pelo talento de Yellowman com a música. Junto com o King Stitt, ele é um dos artistas mais feios da Jamaica. No caso dele, é pelo fato dele ser um albino. Mas não um albino normal, mas um albino feio pra caralho. Daí o apelido Yellowman. Apesar de parecer o cão do avesso, não desistiu da música e, quando adolescente, venceu um concurso de toasting - improvisação no mic de um instrumental, e conseguiu um trampo como dj substituto de uma soundystem. Daí pra frente, com o talento diferenciado e a aparência exótica, o sucesso foi imediato. Pra se ter uma noção, ele foi o primeiro jamaicano a assinar com uma major americana.

Com letras satíricas a respeito da sua própria vida, lançou vários singles na década de 80, sendo que em 82 debutou com o álbum “Mister Yellowman”. O disco, aliás, é fodido, com tracks do calibre de “Mr Chin”, “Yellowman Getting Married” e “Natty Sat Upon The Rock”, o sucesso ganhou proporções internacionais. Claro. Pense nessa figura com as roupas estranhas que ele costumava usar cantando sobre comer a filha do chinês dono da vendinha. Ele até tem um álbum cujo nome é Yellow like cheese. ‘Amarelo como queijo’. Ele leva a máxima de saber rir de si mesmo a uma outra esfera completamente superior. Se tivesse nascido nos Estados Unidos, seria Rei.

A vida do homem amarelo, no entanto, não foi fácil. Em 1986 foi diagnosticado com câncer no maxilar, e os médicos não deram nem seis meses de vida para ele. Com um tratamento intensivo e difícil, conseguiu se recuperar, lançando mais três álbuns na década de 80. No começo da década de 90, vence mais um câncer, dessa vez de pele, que faz Yellowman refletir sobre a vida e a se concentrar em seu lado espiritual e social. Um ótimo exemplo disso é o álbum lançado em 1994, Prayer.

E pra quem acha que Yellowman parou, se fodeu. O esquisitão tá com 53 anos e na ativa até hoje fazendo shows pelo mundo inteiro, tendo inclusive tocado em nosso país. Em matéria de lançamentos, vem produzindo ininterruptamente e feito parcerias como com o rapper Run-Dmc. Não há o que discutir, ele é realmente o cara.








R. Darci e Morone

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