sábado, agosto 08, 2009

O Soulman dos corações despedaçados

Quem é que nunca sofreu por amor? A máxima de que o amor e a música andam juntos é verdadeira, o maior exemplo disso é a lenda viva Smokey Robinson. O rei do quiet storm nos presenteou com dezenas de magistrais canções, com arranjos suaves e letras sobre sentimentos correspondidos e desilusões amorosas.

O cantor/compositor/producer nascido em Detroit tem sua história intrísicamente ligada com a Motown. Sua amizade com o fundador da label tinha começado antes mesmo da criação da gravadora, através dos Miracles, com Gordy colaborando na composição de um dos maiores sucessos do grupo, Got a Job.

Após a fundação da Tamla que depois virou Tamla Motown, Robinson se tornou um dos principais artistas e vice presidente da gravadora de Detroit. Seu talento único em compor hits como Shop Around e a longa amizade com Gordy facilitaram a escolha do chairman.

A década de ouro do Soul e auge da carreira de Smokey tiveram nada mais nada menos do que 22 tracks compostas por ele entre as paradas de sucesso americanas e britânicas. Coisa de gênio. Alternando entre composições para outros artistas e canções com os Miracles, Smokey Robinson também produziu artistas do naipe de Temptations e a belíssima Mary Wells.

Após sair dos Miracles no começo da década de 70, Smokey se concentrou na família e nas suas obrigações de vice presidente de label. A parceria com o grupo ainda lançou sucessos como Tears of a Clown e Baby e Baby don't cry, culminando com uma lendária apresentação no Carter Barron Amphitheater, em Washington.

Com o fim da década de 70, o soulman embarcou em carreira solo. Ainda como presidente da Motown, lançou um disco no ano seguinte da saída dos Miracles. Seu primeiro single solo, aliás, foi dedicado aos antigos companheiros de grupo.

O título de rei do quiet storm viria em 1976 com o single homônimo. A partir daí, as canções ficariam cada vez mais smooth, uma prova disso é o belo dueto com Rick James no comecinho dos anos 80. Ebony Eyes ganhou até um clipe, com o soulman fazendo papel de co-piloto de James em um avião que se acidenta devido a um temporal. O estilão 80's com aquele bigodinho inconfundível virou marca registrada de Smokey naquela década.

No meio dos anos 80, o vício de cocaína, as poucas composições e o fim de um casamento de muitos anos quase acabaram com sua carreira. A presença de amigos e a religião ajudaram a recuperação, chegando a ganhar um grammy com a bonita Just to See her. Com a venda da Motown, acabou renunciando sua posição de vice presidente, tendo voltado a gravar algo pela label só anos depois, esta já subsidiária dos gigantes da Universal.

O ritmo alucinante de composições e hits nunca mais foram os de outrora, mas Smokey conserva um respeito fodido no mundo inteiro. Um exemplo é que foi um dos poucos que falaram no velório de Michael Jackson, e talvez o único que falou algo bacana sobre o rei do pop. Robinson na época se assustou com o potencial do moleque, ainda pequeno, cantando um de seus sucessos. Além de gênio, o cara ainda continua humilde pra caralho.

Pra terminar a matéria, algumas tracks do cara que mostram o lado mais smooth da soul music:





Um comentário:

  1. Meu, digno esse einh?! hahahaha vou colocar esse na minha parede, sem cambisse morô? Abraços! parabéns demais o blog!

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