domingo, junho 28, 2009

Azymuth, outro talento brasileiro só conhecido pelos gringos


Uma das bandas brasileiras pouco mencionadas por aqui por um faux pas nosso é o Azymuth. Carioca dos anos 70, se conheceram no Canecão e formaram, inicialmente, o grupo Seleção.

Depois de fazerem vários shows pela noite carioca e conhecer muita gente, acabaram sendo convidados para compor a trilha de um dos filmes mais alternativos do cinema tupiniquim: O Fabuloso Fittipaldi. Entre as canções, havia uma com o nome de Azymuth. Pronto, o novo nome da banda tava escolhido. Aliás, Azymuth havia sido composta por Marcos Valle e Paulo Sérgio Vale, outros mitos na música brasileira.

A mistura fodida de samba, jazz, funk e boogie era elegante pra cacete, unindo as melhores produções da bossa nova e da música negra americana. O som era requintado, cosmopolita e agradou o povão, tanto que o "Linha do Horizonte" estourou em 76, sendo até trilha sonora de novela.

O Brasil estava pequeno pros caras, haviam emplacado vários sucessos na década de 70, aproveitando também toda a fase black que o país vivia. O som já não era mais admirado só por aqui, tocando desde os mais inóspitos clubes do norte da Inglaterra até os EUA, onde foi o destino deles na década seguinte.

O Azymuth conseguiu com esse reconhecimento atingir várias marcas fodas, como ser o primeiro conjunto do país a tocar no famoso Festival de Montreaux e colocar um album nas paradas de sucesso Londrinas por várias semanas, tendo até sido citado no Guiness. Do cacete, principalmente se formos pensar o quão exigente o público ingles era, ainda mais com música negra.

Daí pra frente, o grupo emplacou de vez, fez várias tours pelos EUA, tocou em mais festivais e conseguiu ganhar o status de banda brasileira mais cultuada pela gringa. Aliás, esse culto é tremendo, em várias lojas online e´possível encontrar discos e compactos da banda, coisa que aqui no Brasil é uma tarefa de poucos.

Seus membros tem feito várias parcerias interessantes. Só pra citar uma delas: O baterista Ivan "Mamão" Conti gravou um disco em parceria com o produtor e rapper Madlib, o "Sujinho", uma homenagem do cara a um dos ídolos dele.

O grupo ainda está na ativa, com Zé Roberto Bertrami, Mamão e Alex Malheiros e vem lançando discos num ritmo que poucas bandas conseguem, mantendo a pegada original sem cair na mesmice. O albúm lançado no ano passado foi eleito um dos melhores do ano por muitas revistas e sites, o que mostra o poderio dos mestres do groove nacional.

Myspace da Banda


Um comentário:

  1. Incríveis.

    "Jazz Carnival" é uma das melhores de todos os tempos.

    Parabéns pelo texto!

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