segunda-feira, abril 20, 2009

King Tubby, o rei gordinho

King Tubby, uma das maiores referências do Dub, nasceu com o nome de Ousborne Ruddock em 1941 em Kingston, Jamaica. O cara fez história como uma das maiores figuras do gênero, com sua tradicional coroa e tunes de derreter o coração de qualquer soundbwoy. Até hoje é citado como o inventor do remix.

Trampando no inicio com soundsystens como técnico, já que seu ofício era, na realidade, consertar rádios, após algum tempo formou sua própria, a Tubby’s HiFi. Foi um sucesso devido a qualidade sonora e o uso de echos e reverbs, que na época era novidade, mas depois iria eclodir em algo praticamente obrigatório em dubs e reggaes da época.

King Tubby

Depois de trampar como cortador de discos pro Duke Reid em 1968, o pai do Dub foi requisitado a tirar os vocais das tracks, o que foi feito. Porém, com toda a aparelhagem do estudio, ele pode perceber que partes podiam se ressaltadas, mudadadas, rolando fades, echos e reverbs. Quanto aos vocais, eram deixados quase sempre a última palavra de cada frase, alongada ao infito. Muitos toasters costumavam a usar para um diálogo, quando cantavam em bailes e sound systens. O cara fazia músicas mudando os instrumentais pré existentes, só diferenciando ênfases, dando folego a velhas musicas sem ter o trabalho de produzir novos sons além dos que já haviam.

Eram levadas em contas principalmenta a ‘cozinha’, ou seja, o baixo e a bateria, pilares do dub. Ele fez parcerias com produtores como Lee Scratch Perry, Bunny Lee e o Rei da escaleta, Augustus Pablo.

Aqui entra o toasting, feito pelos deejays, que era cantar em cima da música, que iam do slacking à louvação, em cima da musicalidade ‘psicodélica’ do dub. Nessa época se consolidaram toasters de sucesso, como U-Roy, que esteve recentemente no Brasil, como outros. Essa foi a época de ouro dos toasters, que agora tinham uma liberdade imensa para cantar em cima dos riddims deixados pelo Tubby, que na realidade eram regravações de Ska e Rocksteady, porém, com outro ritmo, as vezes não tão dançantes, mas tão marcantes quanto.

As gravações eram uma sacada de gênio. Alguém gravava uma música, o lado b, ou VERSION, como eram chamadas, eram colocadas no mesmo disco. Portanto, você tinha uma gama muito maior de sonoridades produzidas. Assim como o uso do mesmo riddim (ritmo) era usada em outras músicas, como sempre foi um costume jamaicano com hits. Bom exemplo disso é o riddim de Israelites, do Desmond Dekker, que inspirou inúmeras ‘cópias’, como o Melô de Leão, nome maranhense para uma pedrada com o mesmo ritmo do hit de Dekker. O problema dos dubs em discos eram que muitos deles, não só os de Tubby, como os do Upsetters e outros, ultrapassavam em vendagem tunes como as de Bob Marley, na época dos Wailers.

Ele praticamente se aposentou da música no final da década de 70, porém deixou pupilos como King Jammy e Scientist, que já veio ao Brasil. E deveria ter vindo com Lee Perry, que não subiu no avião devido à más vibrações. Mas essa é outra história.

O Rei morreria em 1989, quando um grupo o esperava fora de sua casa, numa possível tentativa de assalto.

Pessoalmente, os álbuns King Tubby e SoulSyndicate - Freedom Sound in Dub, com a track Leaving Babylon in Dub, com seu baixo forte e bateria initerrupta, impersona bem o que é o dub. Já o casamento King Tubby Meets Lee Perry com a track Perfidia Dub, é de chorar com a união da escaleta, o piano e um orgão marcante. Isso sem contar o Meet the Rockers Uptown, com o Augustus Pablo, conhecidissíma.






R. Darci

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