segunda-feira, setembro 21, 2009

Filho extraditado da Jamaica, o Dubstep

Nascido nos ghettos britânicos e cada vez mais presente nas baladas paulistanas, o Dubstep é uma dos sons mais modernos da reciclagem da música jamaicana. Broken beats, remixagens e samplers das coisas boas antigas permeiam essas novas produções. Desde o começo dos 2000s, o estilo surgiu da cena variada da UK Garage, que já nos brindou com coisas como grime e speed jungle e caras como The Streets e Oxide and Neutrino.

O gênero segue o ritmo do 2step, usando muito snare e com um baixo pesado que mais distingue a track do que a percussão, como de costume na música eletrônica. Percebe-se a influência do dub não só nas beats como nos recortes dos antigos instrumentais, já que foi remixando os clássicos que se formou o ritmo. Com uma pegada dark, os rewinds e bass drops são comuns, emoldurando a volta do deejay, que canta em cima da batida. Mas, ao contrário de antigamente, o toasting só serve como um complemento à música, sem preocupação com o conteúdo.

Evolução e resgate da história

O melhor de tudo isso é ver a evolução da história. O estilo é tocado pelos filhos e netos dos mesmos caras que vieram com os primeiros discos de reggae e calypso na bagagem, vindos do Caribe. Apesar de absolutamente eletrônico, o estilo teve, como outros da UKG e afins, uma progressão num ritmo alucinante que, dentro de anos, criaram sonoridades próprias, todas fincadas no groove da West India.

Além disso, boa parte desse boom se deve às rádios piratas inglesas e as fabriquetas de vinil que cortavam as dubplates. Não foi, como acontece com alguns hypes construidos na areia, da noite pro dia e, muito menos, sem o esforço individual de cada um dos envolvidos. Cada passo é medido e, como o nosso funk, oferece um caminho de produção para a massa excluída afim de ser ouvida e, mais importante, continuar a trajetória dos ancestrais.

Mais que uma pincelada no assunto, com certeza, não cabe a nós. Além disso, temos o doc brasileiro Dub Echoes, que é uma produção que merece mais do que uma só linha e pretendemos falar mais em um futuro próximo. Achamos que, por uma série de razões, precisávamos abordar o estilo aqui. No entanto, vamos te deixar com quem domina o assunto:

O Tranquera.org sem dúvida é um dos maiores pesos-pesados do país quando se trata de Dubstep. E essa matéria mostra tudo que você queria saber sobre a história do gênero.

Delarge, um dos maiores sites de música atual britânica, nos brinda com este artigo, que, com paixão, mostra o lado humano da coisa toda.

Este documentário da BBC ajudou, e muito, a criar um boom na UK sobre o assunto.

A mixtape, do DJ Vibezin, Dubstep History mostra bem as raízes e é abordado em um timeline muito interessante.

Quanto aos artistas e selos, regalem-se:
2562dub
DJ Pmoos
Dubloaded
Caspa
Mala, do Digital Mystikz
Tecnotic Recordings
Punch Drunk Records

R. Darci

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