sexta-feira, novembro 07, 2008

Toni Tornado, agora só mais um


É engraçado ver uns caras como o Toni Tornado sendo referenciados como um dos grandes atores negros brasileiros. É um post de começo direto, eu sei, é foda. O cara era daquela leva fodida do começo dos anos 70 que gerou King Combo, Tim Maia e outros caras que não preciso citar aqui. Ele criou aquele bordão, Podes crer, amizade, que, inclusive, até hoje estou tentando lembrar da música que sampleiam ela. O desrespeito gigantesco a obra do cara como músico é aterrador, sério. O fato de citarem a questão dele ser músico como um side quest na história dele é um crime. Qualquer idiota sabe que ele era músico, mas não faz a mínima noção de qualquer track do negão, tornando tudo pior. Se mostram a Cláudia Raia ad infinitum vomitando aquela frase velha Não fuja da Raia, eu, pessoalmente, iria ver qualquer novela com uma vinheta do cara falando Podiscrê, amizade. Ou, no meio da cena, ele lançar um sonoro Falei e tá falado. Por qualquer razão que seja, não importa.

Estão conseguindo seguir o argumento? Resumindo: Mataram a personalidade do Toni Tornado. Mataram o Toni Tornado. Primeiro que tem que parar de achar que ele é ator pra fazer personagem pra tar ao lado da Viúva Porcina, porque não é. Ele tem uma catástrofe natural no nome, cacete. É impossível disassociar a persona de Tornado com qualquer personagem. Ou, pelo menos, deveria ser. Pô, olha o Afro do cara. Ele tem uma órbita própria. Isso deve valer pra algo.
Segundo que matar uma persona tão forte, a escondendo em papéis comuns, é sufocar um homem que, ao natural, é mais carismático e intenso que todo o resto da trama.

Nessas horas penso no Mussum, que teve uma carreira muito foda no Originais do Samba e, ao mesmo tempo, conciliava muito bem o papel nos Trapalhões. Ele conseguia com maestria equilibrar esse jogo todo, fortalecendo no fim, Antônio Bernardes. Isso porque ele quase que não vira humorista, dizendo que quem aparece na TV pinta a cara, e pintar a cara não é coisa de homem. Esse representou.

R. Darci

4 comentários:

  1. thaide & dj hum, "senhor tempo bom", a música que sampleia o bordão.

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  2. é foda, a partir do momento em que toni tornado e erlon chaves ganharam o festival da record nos anos 70, começou um racismo e preconceito na tv brasileira que culminava que ver um negro beijando uma loira era o mais alto ultraje do mundo. ambos saíram desgastados dessa história.

    mas o pior foi o tornado dando um mosh do palco em Cariacica (ES):

    "Tornado jogou-se do palco para a platéia, cometendo o primeiro mosh que se tem registro em solo brasileiro. Aliás, em solo não - o gigante negro caiu em cima de uma fã. Trechos de uma carta enviada por um leitor ao Jornal da Tarde resumem a indignação popular: '(...) Este tipo asqueroso, apelidado de Tony Tornado, arrojou-se do palanque sobre a multidão, em um vôo espetaculoso, indo aterrissar sobre uma jovem que assistia ao espetáculo. (...) Acontece que a moça, vítima do boçal exibicionismo do ‘artista’, sofreu fratura da espinha, encontrando-se hospitalizada. É possível que ela venha a ficar paralítica para o resto da vida.
    Sabe-se, agora, que, em vista do dano que causou à jovem, o asqueroso tipo foi processado e deverá pagar à vítima uma indenização'. Coincidência ou não, depois do incidente a carreira de Tornado despencou a ponto de ele declarar que 'cantar, todo mundo canta' e virar um ator elogiado." - fonte: showbizz.

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  3. é... negro, traficante e cantando soul? marginal né... um ultraje para a família brasileira.

    vamos apagar o passado dele e criar o mito do Toni Tornado ator.

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  4. nao falo com vagabundo e viciado

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