sexta-feira, janeiro 30, 2009

Caranguejada da Action #3


CARANGUEJADA DA ACTION!
Nossa celebração máxima com o verdadeiro prato típico santista, e porque não caiçara. E sim, cagamos pra tal da meca santista, uma das piores invenções do mundo gastronomicamente falando. A alta cúpula do coletivo e pessoas como Billy Paul, Armando Gomes e alguns amigos do Marapé estarão presentes. O desfalque sentido fica para o terceiro membro da Action, atualmente fazendo barulho com formas geométricas no Japão, mas claro, em companhia das suculentas conservas de caranguejo from Bertioga(with love) enviadas por nós.

quarta-feira, janeiro 28, 2009

Enfim, nosso release


O Coletivo Action é uma farsa. São dois gordos e meio desempregados ou subempregados que usaram por meses um release com a frase 'usando formas geométricas para fazer barulho na cidade' apenas por um escárnio mesquinho. Fingem querer a volta da produção cultural autenticamente caiçara, mas cagam pra Benedito Calixto.

Todos seus membros são safados que sobrevivem de caranguejo e auto crítica. Preguiçosos, em apenas alguns meses já desistiram de 80% dos seus projetos. Acham a palavra 'projeto' cretina. São bairristas e amam Santos, apesar de terem um membro no Japão. Álias, eles só tem um membro do Japão pra serem cosmopolitas. E todo membro do Japão é pequeno, fato.

Torcem pro Santos mas tem amor pelo Uruguai. Acham que o Mussum proveu o mundo com as melhores citações da história. O Coletivo Action, além de tudo isso, tenta resgatar algo de bom de Santos, atuando como conseguem. Ou seja, morosamente e com sacadas típicas de quem faz barulho com formas geométricas.

segunda-feira, janeiro 26, 2009

Santos, 463 anos a favor da volta dos piratas


A gente ficou tentando escrever algo no dia do aniversário da cidade, mas se fodeu, porque todas as idéias que tivemos soaram bronha pra caralho. De qualquer forma, mesmo atrasados, damos os parabéns pra cidade Santos.

sexta-feira, janeiro 23, 2009

Orgia na caranguejada com gordos a.k.a. Mudança de Layout

Poster Via Flickr da Action

Como a maioria percebeu, o layout mudou. Eu não tinha bem me ligado, parece que tem uma ou outra coisa em azul e um gordo de franja no favicon, algo do tipo. Tendo isso em mente, o Morone me pediu pra explicar o porque:
Azul remete a Santos por conta de quem mora aqui ter uma série de lembranças com a cor, ainda mais com esse tom: o mar (RÁ!), as cadeiras azuis e brancas da praia e a cor do Concórdia, time que deu origem ao Glorioso, ter sido azul, branco e dourado.
O símbolo do Action é um gordo azul. Pra mostrar que o conceito da Action, que é fazer barulho com formas geometricas, pode ser feito por qualquer gordo azul. Especialmente se ele não tiver rosto, aí fodeu.
O logo, aquele trocinho coletivoACTION é de fácil leitura, a fonte combina com as peças gráficas etc. Não vou falar tudo que ele queria, tem muita coisa falando sobre como a fonte não tem serifa porque sei lá o que, que canal tem água parada, que não rola de surfar em Santos, que a Action tá sendo gritada por várias pessoas e o coletivo é a boca de uma galera, só porque tá em minusculo, só faltou ele falar da dengue, sério. A explicação toda é uma enorme bronha, não adianta querer falar muito; ficou bonito e tem a ver.

E eu preciso agradecer o camarada dele, o Danilo Bretas (Dubs), do Casqueiro, por ter programado o layout e ter aguentado bichice.

Electro Funk + Outrun do Dam Funk



Pedrada do Dj/Seletor e "embaixador" do boogie funk, Dam Funk. O cara faz um som com uma pegada de boogie, soul, funk e electro. E pra deixar o barato mais foda, o clipe é retirado do lendário jogo Out Run, que alegrou muitas tardes dos membros da Action na infância com aqueles gráficos bizarros da era dos 16 bits, sensacional! Pra quem quer conhecer coisas boas de electro, ta aí uma boa indicação.

quarta-feira, janeiro 21, 2009

#26 Santos: Vlt Mecca? & Armazém #27

Os últimos dois cartazes dessa primeira leva que foi feita pela Action. Os números #24 e #25 já haviam sido postados e podem ser vistos clicando aqui. Daqui pra frente, novos cartazes seguido o visual novo da Action, que deve ser explicada sua mudança daqui a alguns dias(ou não).

terça-feira, janeiro 20, 2009

Bem pior que você


Desde criança adoro ver gente que se fode mais que eu. Talvez por isso eu ande com o Morone, não sei. Tem coisa que você só sente com a merda alheia, tamos aí com as videocassetadas. Eu, quando moleque, nos tempos de gordo juvena, pensava ser privilegiado; era uma das poucas crianças do mundo a não ser mordido por uma porra de um ganso, cena que se repetia pra caralho todo domingo. Sério, parecia que aqueles gansos miravam especificamente no saco. Ô loco meu.

De qualquer modo, só estou mesmo falando isso porque fazia um tempo que eu queria falar do Joe Sacco. Agora mesmo estou usando o Derrotista como mouse pad. Fez meu mouse pegar melhor, e quando estou triste olho pro desenho das crianças palestinas na contracapa. É uma situação win-win.

O cara tem alguns livros - que não falarei aqui por preguiça - sobre a Palestina, a guerra da Bósnia etc. Foi o único jeito de eu entender o que rolava nessa guerra. Eu esperei a Turma da Mônica falar sobre isso, mas não rolou. O que eu mais queria era o Cebolinha gritando 'Ah, o holor, o holor!', saca? O Sacco foi lá e furou ozolho do De Souza. Fazendo jornalismo em quadrinhos, ele trata assuntos sérios com um estilo new journalism de um modo altamente pessoal e desgraçadamente descritivo, já que os detalhes da caneta dele vão além de qualquer coleção de fotos ou grande reportagem em livro. Isso tudo de um modo razoavelmente sério.

Bem, fora o Derrotista. Lançado em 2007, posso e devo estar enganado, ele fala da vida pessoal do cara, desde as primeiras matérias sobre a Palestina até quando fez parte de uma entourage vendendo camisetas e não comendo ninguém. Ele é um fodido, e cada página é um retrato de um cara que conseguiu se dar bem instistindo, mostrando que, se nos empenharmos tudo é possível. NOT. Ele é um poço de auto piedade, um maltês que deixou namorada em Idaho e que, em dado momento, manda uma carta enquanto ele tá em tour, pra dizer que ele é chifrudo e tá com outro. HÁ! Foda demais.

Um dos meus livros preferidos dele. Mas não recomendado pra uma primeira leitura. Leiam Gorazde, pra pensarem que ele é um jornalista sério e cutting edge. Depois peguem o Derrotista e se sintam bem.

R. Darci

segunda-feira, janeiro 19, 2009

#23 Ponta da Praia Reflections


Poster Via Flickr da Action

O edit de Soul para o comercial da Adidas



Esse é o vídeo de um comercial da Adidas com edit para o Soul do grupo Frankie Valli and the Four Seasons.O autor é o DJ Pikooski da Polônia, que deu uma aura mais "fresca" nesse som dos anos 60.O mais legal da canção original é essa pegada house da batida e do piano, e é engraçado imaginar como essa música soa tão house a ponto do Edit ter tornado ela ainda mais interessante.

O Edit nada mais é que uma forma menos drástica de mexer na música, ao contrário do remix que costuma mudar as batidas, velocidade, etc. Esse "proto-house" revisitado pelo Dj que já tocou inclusive aqui no Brasil, foi a escolha ideal pra essa peça publicitária da linha Originals da Adidas, dando aquela aura de coisa do passado misturada com o atual. Sensacional. Presenças ilustres do Beckham, Kevin Garnett e a Missy Elliot numa festinha descolada.

Pra quem nunca tinha ouvido falar sobre o Frankie Valli and the Four Seasons, é uma banda que fez bastante sucesso nos clubes do norte da Inglaterra com Beggin e chegou até a assinar com uma subsidiária da Motown, mas a carreira no selo foi curta. Em 75 o grupo emplacou a canção "My Eyes Adored You" no top 100 de singles, no auge da disco music. Ao longo do tempo tiveram altos e baixos, mas com certeza Beggin é sua melhor música. O grupo está na ativa até hoje e chegou a lançar uma box de DVD.

Aliás, a canção Beggin também já foi reproduzida por outro bom grupo dos anos 60, o Timebox, que também vale a pena dar uma escutada! Ah, confiram também o Myspace do Dj Pilooski, o cara manda bem pra caralho!

quinta-feira, janeiro 15, 2009

Entrevista sobre Gonzo jornalismo com Cardoso 'Czarnobai'

Na segunda metade de 2007, terminando meu TCC de Gonzo Jornalismo, entrevistei o inteligentíssimo Cardoso, que teve uma série de sites e etc's que envolviam o assunto e, ao menos pra mim, o trampo dele foi o maior do gonzo no formato online (e se pá no resto também, temos poucos gonzos competentes) no país.
Essa entrevista nunca chegou a ser publicada em lugar algum fora o TCC e eu não pedi autorização pra por no blog, mas ele é sangue bão.
Ah, e por ser pra um TCC, tem muita pergunta bronha e formulada quadradona.
Abraço pro Cardoso.

EDIT: Ele falou que tá OK, só pediu pra eu linkar pro site dele, coisa tão óbvia que eu deveria ter pensado antes dele pedir. De qualquer modo, vejam: Qualquer.org.

Cardoso, como começou seu trabalho de gonzo jornalismo na web?

Totalmente por acaso. Desde muito cedo, logo que entrei na faculdade,
eu tinha essa vontade incontrolável de propor um tipo novo de
jornalismo. Quer dizer, um tipo que eu achava que era novo. Ali pelo
primeiro mês de aulas, quando ainda nem tinha tido nenhuma cadeira
específica e perdia a maior parte do tempo com experimentalismos e
loucuras, fui a uma festa que os veteranos ofereceram aos calouros
(que aqui no RS chamamos de "bixos", com X mesmo). No dia seguinte
escrevi um relato em forma de reportagem sobre a festa, em primeira
pessoa, como se eu estivesse observando e vivendo a experiência de ser
um estudante em uma festa de faculdade pela primeira vez. Imprimi umas
10 cópias e colei em diversos lugares estratégicos: porta da sinuca,
dos banheiros, dentro de elevadores, algumas salas que eu freqüentava.
O texto era anônimo, assinado com um pseudônimo. Mesmo assim,
rapidamente todos souberam que eu havia escrito. Muita gente veio
falar comigo. Alguns fizeram críticas, outros elogiaram. Uns seis
meses depois, sem qualquer relação com este episódio, comecei a
escrever emails para os meus colegas, em parte porque aquela era uma
tecnologia nova, em parte porque não possuía o telefone de ninguém. Os
textos destes e-mails também tinham um formato jornalístico, mas
tratavam sempre de assuntos corriqueiros e triviais. Era uma espécie
de piada, uma transgressão do formato, que ainda por cima vinha com
uma pitada de humor e descontração. Era o começo do CardosOnline. Mal
sabia eu que estava começando, ali, naqueles e-mails, a forjar o meu
estilo. Com quase um ano - e mais de 80 edições - de CardosOnline, o
escritor (e COLunista) Daniel Pellizzari me perguntou "Tu já leu
Hunter Thompson? Acho que às vezes tu faz coisas bem parecidas com as
que ele fazia. Pensei que era tua influência." Intrigado, fui atrás.
Comecei a ler os livros, as biografias, e trocar idéias com outras
pessoas que conheciam melhor sua vida e obra. Dali pra IRD foi um
pulo.

Porque você quis veicular esse tipo de material na internet? Porque você
considerou essa a melhor opção?

Não tem muito a ver com o GONZO em si, e sim com a facilidade que se
tem em publicar qualquer tipo de conteúdo escrito na web. Quer dizer,
não precisa ser um conteúdo exatamente marginalizado pra estar na web.
Mesmo no começo, isso não tinha muito a ver. A desculpa inicial era
mesmo a questão da PRATICIDADE. O lance era o seguinte: era um jeito
mais BARATO de publicar teus textos e, ao mesmo tempo, ter um contato
quase IMEDIATO com o leitor. Não tinha como ser melhor. Tu não
precisava fazer praticamente nada além de escrever e apertar num botão
pra enviar (no caso do COL) ou postar (no caso da IRD ou blogs). Se eu
optasse por ter meu próprio veículo impresso, mesmo que fosse um
fanzine xerocado, eu teria SÈRIOS problemas de execução. Esse troço dá
muito trabalho. Só pra xerocar uma tiragem de, sei lá, 100 exemplares,
eu já gastaria o triplo do tempo que eu levava pra enviar mil ou 2 mil
edições virtuais do COL. Quer dizer, era MUITO barbada.

Qual sua opinião sobre a atual grande mídia e uma nova retomada de uma
minoria, como veículos como Piauí, Brasileiros e similares?

Acho que a Piauí, apesar de ter muitas qualidades, ainda tem seus
muitos defeitos. É uma revista elitista, por vezes extremamente chata,
que acaba fazendo sentido para um grupo muito, mas muito restrito de
leitores, mesmo. Acho que no Brasil ainda não se aprendeu a se fazer
jornalismo POPULAR e de QUALIDADE. Aqui, se pensa que esses conceitos
são opostos - e isso é um grande erro. No mais, acho que a grande
mídia cumpre, sim, o seu papel de informar superficialmente. Ser
leitor/espectador passivo é algo que está com os dias contados. Hoje
em dia, quem quiser conhecer todos os lados de uma questão poderá
fazê-lo graças à internet, com seus milhões de canais independentes e
oficiais. Em outras palavras, uma mentira só se sustenta enquanto há
sigilo absoluto. Quando o primeiro vazamento foi detectado, acabou:
tudo vai por água abaixo.

Qual o futuro do gonzo jornalismo?

Nenhuma idéia. Mas espero que seja pelo menos MENCIONADO nas
faculdades de jornalismo, e que essa citação venha pelos PROFESSORES,
e não pelos alunos. Nem acho que precise ser uma CADEIRA à parte, e
que deva se obrigar todos os alunos a praticarem o gênero como
exercício. Mas gostaria que fosse APRESENTADO, que fosse CONSIDERADO,
afinal de contas, é parte da história.

O jornalismo contracultural e de moldes mais libertos que o convencional
estagnou no gonzo ou haverá novas revoluções?

Não acho que tenha estagnado. Acho que a definição de jornalismo é que
precisa mudar, para contemplar mais coisas do que normalmente
contempla. Com o jornalismo saindo, aos poucos, das mãos dos grandes
veículos, e indo cada vez mais para as mãos da mídia independente
(ainda que tosca em um primeiro momento), a tendência é que isso
aconteça nos próximos anos.

Qual a importância da internet no mecanismo de se criar novos modos de
jornalismo, ou da prática de antigos?

Em grandes veículos, nula. Não existe, ainda, um "jornalismo online"
em lugar nenhum do mundo. A linguagem ainda não existe, não adianda
forçar a barra. Mas pelo menos estamos ajudando a FORJÁ-LA, aos
poucos, com diversas atitudes inteligentes. A principal contribuição
que a internet tem em todo esse processo é justamente o fato de tornar
um número muito maior de informações disponíveis, de graça, a um
número muito maior de pessoas - tudo em tempo real. Em outras
palavras, isso TIRA o poder dos grupos de comunicação e DIVIDE com
cada usuário, espectador, leitor e ouvinte, que vêm se sentindo cada
vez mais à vontade como GERADOR de conteúdo e PROPAGADOR de
informação. Faça um teste: entre em um site especializado em qualquer
assunto e tente passar uma informação inverídica. Quanto tempo vai
demorar até que ela seja desmascarada? Quem vai desmascarar essa
mentira não será um jornalista, mas sim um usuário qualquer, com
informações suficientes para fazê-lo. A grande revolução nem é mais no
FORMATO, mas sim na DETENÇÃO da informação. Quem tem? Como ela é
usada?

A prática do 'eu, repórter', que reverte a linha horizontal habitual de
transmissor-receptor, é válida, sendo que muitos desses novos produtores de
conteúdo não tem embasamento teórico?

Ahn... Já ouviu falar de "conteúdo gerado pelo usuário"? É a base da WEB 2.0. Em outras palavras, é a nova revolução da mídia. No mais,
embasamento teórico e lixo, para um jornalista, é exatamente a mesma
coisa. Aprende-se muito mais em dois meses de redação do que em quatro
anos em uma faculdade. Os melhores jornalistas brasileiros, por sinal,
geralmente são aqueles que NÃO tem formação jornalística. Regulamentar
a profissão do jeito que foi feito nos anos 60 foi a maior cagada que
poderiam ter feito no Brasil.

Existe alguma conexão da literatura gonzo com outras artes, como a música e o cinema, tirando o filme Medo e Delírio?

Com o cinema, sim, já que existe todo um gênero pornô chamado 'gonzo'.
Um dos principais representantes é o célebre Seymore Butts. Quanto à
música, isso parece não fazer o MENOR sentido, até porque toda música
é, pelo menos em teoria, algo extremamente pessoal.

Pra você, quais os elementos principais do Gonzo? O humor é essencial ou
apenas um acessório?

Essencial, mas não um humor pastelão, fanfarrão, e sim um humor mais
sutil e, ao mesmo tempo, ferino, fazendo uso do sarcasmo e da ironia.

Se pudesse escrever, qual seria um guia para aspirantes a escritores
gonzo?

Escrevi isso pra Folha há alguns meses atrás. Dá uma olhada:

DEZ MANDAMENTOS DO GONZO JORNALISMO

1) Tenha o talento de um grande escritor, o olhar de um fotógrafo, e
os culhões de um ator, ou seja, viva a ação e reporte-a enquanto - e
como - estiver se desenrolando.

2) Torne-se parte do objeto de sua reportagem e interfira no destino
da história.

3) Escreva, sempre, em primeira pessoa.

4) Desenvolva um estilo extremamente pessoal e único tanto ao apurar
quanto ao contar a história.

5) Não deixe que o leitor perceba onde termina a realidade e onde
começa a ficção.

6) Abuse de recursos humorísticos sofisticados, como o sarcasmo e a ironia.

7) Perca-se em intermináveis digressões sobre os mais variados assuntos.

8) Descreva lugares, pessoas e ações nos mínimos detalhes.

9) Explore sem medos todo o seu vocabulários e seus recursos lingüísticos.

10) Não se leve muito a sério.


R. Darci

segunda-feira, janeiro 12, 2009

ill-studio, o contraste levado às ultimas consequências

O design não precisa ser cheio de elementos. A coisa pode ser simples, o que importa é ser agradável aos olhos dos outros, e vender. A idéia de quando colocamos trabalhos de artistas que admiramos é mostrar gente que produz peças que tem uma pegada geométrica, limpa e criativa, e não ficar pirando em estúdios que ganham dinheiro pra caralho e são exemplos de sucesso, dando aquela impressão que todos deveriam se ajoelhar e prestar homenagens infinitas ao gênio que criou aquilo. Por isso, é legal deixar claro que a Action não vai ficar trazendo esse lado monetário pra cá, a idéia é mais conceitual, mais humana, trazer novas idéias, refrescar a mente do leitor com coisas novas, ou não tão novas, mas que tenham essa ótica que a buscamos em nossos trabalhos gráficos.

O estúdio trabalha com várias mídias, a área editorial é de cair o queixo


Enrolações a parte, o Ill-Studio é uma espécie de coletivo também, só que ao contrário da Action, eles são famosos, ganham dinheiro e se especializam em várias áreas, como tipografia, fotografia, ilustração, vídeo, e outros.
Os trabalhos deles tem um cuidado com as peças que é difícil de se ver por aí, usando muito contraste, aliás, acho que essa palavra é a que define os trabalhos do Ill-Studio.
Visitando o site é possível observar muitos trabalhos fora da ótica que a gente costuma postar aqui, mas vale a pena, os caras mandam extremamente bem.
Nos trabalhos postados aqui no blog dá pra sacar muita coisa: Tipografia modular, cores contrastantes, legibilidade, limpeza nos trabalhos, e elegância. Não deixem de conhecer mais trabalhos desses caras, não vão se arrepender. Clique aqui


Limpeza e contraste, até as últimas consequências


Tipografia modular, muito foda!

sexta-feira, janeiro 09, 2009

Mama Afrika never lets you down

Sons negros escolhidos a dedo para agitar o fim de semana:



Versão mais funkeada ainda do clássico Am I black enough for you? do Billy Paul. Percussão fodida.



Um samba jazz afiada com Dom Salvador e Edson Machado, de 66!



Silêncio no Bexiga, sambão feito em homenagem ao Pato Nágua, sambista que morreu em Suzano, havendo sempre a suspeita de ter sido morto pelo Esquadrão da Morte.



Calipso de 1965. Mighty Sparrow, Byron Lee e os Dragonaires: Não tem como dar errado.



King Sunny Adé and His african beats. O Minister of Enjoyment, tocando Samba. A track, não o gênero. Superstar dos anos 70, rodou o mundo fazendo show. Agora, sabe-se lá.

E um que não vou embedar aqui; não tenha preguiça e veja.
Se Rere Fun Mi, tocado pelo Prince Adelunke & His Western Brothers. Pra fechar o bloco África. Esse cara é uma das maiores referências música Juju, tipicamente nigeriana.

quinta-feira, janeiro 08, 2009

Inside of a Turntable #22


Poster Via Flickr da Action

segunda-feira, janeiro 05, 2009

Revista Mojo e os 50 anos da Motown

O ano realmente está começando de forma bem interessante, e celebrando os 50 anos da Motown, a revista Mojo do mês de Fevereiro(é, pasme) elegeu as 100 maiores sons da lendária gravadora. Claro, com ajuda de artistas como Paul Weller, Gnarls Barkley, Iggy Pop, entre outros.
E a melhor parte, com certeza, são as entrevistas com Berry Gordy, Martha Reeves e os o trio fantástico de compositores da Motown, Holland-Dozier-Holland. Do caralho, principalmente porque é raro se achar textos e entrevistas sobre eles.
Além da belo layout da capa, essa edição da Mojo vem com um disco com os melhores sons da gravadora escolhidos pela revista.
Apoiamos total iniciativas como essa, mas ao mesmo tempo é meio triste pensar que lendas como o pessoal da Motown, Stax, Atlantic, Trojan e outras lendárias gravadoras só são lembradas em ocasiões especiais. Não é algo ruim, mas poderiam haver mais textos à respeito de todo esse pessoal que revolucionou a música pop mundial.
A gente espera que algum fã disponibilize a revista pra se baixar em pdf ou coisa que o valha, já que fica difícil correr atrás de revistas gringas.
Ah, antes que esqueça, tem um hotsite com um conteudo BEM bacana sobre a Motown, só pra deixar o pessoal na vontade, clique aqui.

sábado, janeiro 03, 2009

Madchester: Quando a fumaça virou combustível nas pistas - Final

Começando o ano com o pé direito, a última parte da matéria à respeito de Madchester. Essa cena musical revolucionou a industrial e poluída Manchester e deu seguimento à cultura rave iniciada com os clubes que tocavam Soul Music no norte da Inglaterra. A Action admira não só a história do movimento, bem como as bandas e os sons tocados pelos dj's que tiveram uma forte pegada de música negra. Ah, é recomendável dar uma lida aqui no texto sobre House que fizemos há um tempinho atrás.


O Haçienda apesar de seus problemas em lucrar, possuía sets maravilhosos regados de disco music, house e apresentações de bandas do catálogo da Factory Records. A cultura rave havia voltado à tona e os jovens, também de classe trabalhadora, tiveram como combustível a fumaça das fábricas e uma nova droga que surgia, o Ecstasy. Sim, a cultura rave havia sido atualizada em tudo, até nas drogas. Claro, e isso não parou por aí. Bandas como Happy Mondays, que tinham uma grande influência do house e do funk, faziam um som único e dançante utilizando instrumentos tradicionais.

O Stone Roses, formado pelo mito Ian Brown seguia influências parecidas, mas invés de se enveredar pelo mundo do house e do funk, fazia um som inspirado na psicodelia e em outras bandas dos anos 60, trazendo também uma versão alternativa e igualmente dançante do som Madchesteriano. Outra banda a se mencionar era o Inspiral Carpets, que resgatavam o garage dos anos 60 abusando do orgão Farfisa e das mesmas levadas dançantes. Uma verdadeira aula de como pegar o que já foi feito e transformar em algo totalmente novo.


Uma das inúmeras festas no belo Haçienda


O sucesso da cena independia da ser ou não uma banda da Factory Records. Assim como o Stone Roses, os Carpets, James, 808 State, The Charlatans, etc, todos possuíam sua própria identidade e esta se integrava perfeitamente com o espírito de Madchester e acima de tudo, de Manchester, que já sofria crises de identidade com seu próprio nome.
A cidade do norte havia ganhado não só a Inglaterra, mas o mundo inteiro. O lugar, antes ausente de cena musical e cultural, fervilhava, recebendo pessoas do mundo inteiro querendo conhecer e curtir o que acontecia por lá.

O segundo Summer Of Love, nome dado a onda do Acid House na Inglaterra ajudou ainda mais a cena ficar por alguns anos no topo, até mais ou menos 93, 94. Curiosamente, foi o ano que a própria Factory e seu clube Haçienda começaram a capengar, culminando com seu fechamento em 1997.

Apesar de seu fechamento, a importância cultural que tudo isso gerou na cidade foi imensa. Tão grande que conquistou o mundo. Dj's como Mike Pickering, John Da Silva, Paul Oakenfold, Dave Haslam, o próprio New Order, A Guy Called Gerald, James, Ian Brown, entre outros, estão aí até hoje, assim como o House, que ganha cada vez mais adeptos e adaptações.

O exemplo foi dado. Manchester ou Madchester, o nome não importa muito, mas esta cena tem que ser lembrada como um dos grandes movimentos que existiram no passado. A paixão pela música e a dança estavam ali, a diversão e até mesmo as drogas foram consequência, e pelo menos para a Action, foi uma das grandes inspirações.

Pra terminar, a Action indica alguns discos e filmes que abordam tudo isso:

Filmes e videografias:

24 Party People - O Filme conta através da história da Factory Records e de Tony Wilson todo o desenrolar da cena de Madchester. O filme tem uma linguagem diferente, onde o ator que faz o papel de Wilson fala em todo momento com o telespectador. Rola também participações especiais de pessoas importantes no movimento como Paul Ryder dos Mondays e Vini Reilly do Durutti Collum. Além da trilha sonora fantástica, a linguagem visual do filme é impecável. Falando de filme, é o que tem de melhor pra se entender a cena.

Madchester: The Sound of the North - Documentário produzido pela Granada Tv e narra a história do movimento. O material é completíssimo, conta com footage de shows das bandas, entrevistas e participações especiais como do estúdio de design Central Station Design, responsável por várias capas de discos das bandas de Manchester. No Youtube, o documentário está disponível na íntegra, dividido em 8 partes. Não está legendado, mas dá pra sacar muita coisa e as imagens ajudam muito entender sobre como fervilhava a coisa na época.

Soul Weekenders - Pequeno documentário à respeito do Northern Soul, com depoimento de várias personalidades à respeito do gênero e imagens raras dos all nighters. Não fala de Madchester, muito menos do Twisted Wheel, mas explica muita coisa do que foi a primeira cultura rave.

Discos:

Haçienda Classics - Coletânea elaborada pela Factory. Contem os sons tocados no lendário clube. Uma aula de House, Acid House e muita coisa que você já deve ter ouvido nos anos 90, achava cafona, mas dançava.

Happy Mondays - Squirrel And G-Man Twenty Four Hour Party People Plastic Face Carnt Smile [white out] (1987) - Um dos grandes sucessos dos Mondays, o disco de nome comprido tem alguns dos grandes sucessos da banda, como Tart Tart, Kuff Dam e 24 Party People.

Inspiral Carpets - The Beast Inside (1991) - Discaço do Inspiral Carpets. Está tudo ali, do garage 60's até um teclado lembrando os melhores sons de piano house.

The Stone Roses - The Stone Roses (1989) - Obra prima do grupo liderado pelo briguento Ian Brown. O disco conta com pérolas da década de 90 como "I Wanna Be Adored" e "She Bangs The Drums", além de outros sons dançantes como "Fools Good", "Waterfall" e "I am the Ressurection".

The Charlatans - Melting Pot(1998) - Coletânea que mostra boa parte do som dos Charlatans, um grupo que mistura belos solos de hammond e piano com a tradicional batida Madchesteriana. A bela capa da coletânea mostra um café em Northwich, onde o grupo se encontrou pela primeira vez antes de assinar com a gravadora Beggars Banquets.

808 State - Ninety - Ótimo disco de Acid House feito por esses caras de Manchester. Todo o clima das pistas da época está traduzido nesse album de 1989. A música "Pacific 202" é o ponto alto de Ninety.

É claro que os mais nerds vão sentir falta de algumas bandas e até mesmos outros albums dos grupos mencionados aí em cima, mas essas indicações são um ótimo começo pra quem interessou sobre Madchester.

quinta-feira, janeiro 01, 2009

Madchester: Quando a fumaça virou combustível nas pistas - Parte 1

Começando o ano com o pé direito, uma matéria de duas partes à respeito de Madchester. Essa cena musical revolucionou a industrial e poluída Manchester e deu seguimento à cultura rave iniciada com os clubes que tocavam Soul Music no norte da Inglaterra. A Action admira não só a história do movimento bem como as bandas e os sons tocados pelos dj's que tiveram uma forte pegada de música negra. Ah, é recomendável dar uma lida aqui no texto sobre House que fizemos há um tempinho atrás.


Manchester sempre foi uma cidade importante. Não só pelas famigeradas equipes de futebol, mas por toda sua importância histórica durante a revolução industrial e na manufatura de produtos têxteis. No fim da década de 70, um show do Sex Pistols com presença de apenas 42 cidadãos começaria a inspirar peças chaves do movimento. Nele, caras como Tony Wilson, Martin Hannet, Bernard Summer, Peter Hook e até o chato do Morrissey estavam presentes. Nesse ponto, a história de Wilson, sua gravadora Factory Records e uma certa banda de nome Joy Division se mesclam. É difícil, quase impossível, falar da cena de Madchester sem falar desses três importantes componentes. Tony Wilson, até então, trabalhava como apresentador na Granada TV e recentemente havia entrevistado os Pistols.


O ano é 1978 e o punk está em seu auge na Inglaterra, a música negra havia perdido seu espaço na mídia e no público na terra da rainha embora ainda houvessem ecos de pessoas influenciadas, como as bandas The Jam e The Clash. Nesse mesmo ano, Wilson, com ajuda do desempregado ator e produtor Alan Erasmus, começam a organizar a festa em um clube da cidade chamado The Factory. Outro elemento importante nessa história, que inclusive já foi abordado no blog, é a figura do designer Peter Saville, que além de ter produzido posters de divulgação da festa, acabou posteriormente lançando com Erasmus e Wilson um Ep com algumas canções tocadas por bandas que haviam se apresentado no The Factory, como Durutti Column e Joy Division. A partir desse Ep e com a entrada de Martin Hannet, que até então trabalhava como produtor em um pequeno selo de Manchester, a Factory Records estava criada.


Nos anos seguintes muita coisa aconteceu e não foi só a meteórica carreira de Ian Curtis e o Joy Division mas o surgimento de outras bandas como o A Certain Ratio, formada por moleques desmotivados pelo tédio de Manchester e que tocavam uma excêntrica mistura de Funk, Afro Beat e até mesmo um pouco de música eletrônica como Kraftwerk. O resultado poderia não ser um Fela Kuti ou um James Brown, mas era dançante. Frio, mas dançante. A Factory com essas bandas no catálogo estava moldando uma identidade própria e Manchester era a grande inspiração. Com o suicídio de Curtis e o surgimento do New Order, a gravadora teve que seguir em frente, e em 1981, Factory e essa nova banda abriram um clube.


A situação econômica da Inglaterra e da gravadora não estava nada bem. Hannet acabou saindo, assim como Saville, ambos por problemas com seus honorários. O clube Haçienda, mesmo com todos esses problemas, foi aberto em um antigo depósito de barcos e embora tenha feito sucesso e sido importantíssimo na cena dance music inglesa e mundial, foi basicamente sustentada pelo dinheiro conseguido pelo New Order, um dos sócios do local em conjunto com a Factory.


Peter Saville, Tony Wilson e Erasmus, os "caras" da Factory


Pularemos um pouco esse assunto e voltaremos um pouco no tempo. Até porque como já falamos no início, a história da Factory acaba em alguns momentos se confundindo com toda a cena de Madchester. O norte da Inglaterra, desde a década de 60 e 70, com seus clubes de Soul Music, já tinham certa vocação para o que mais tarde seria batizado de cultura rave. As pessoas, na sua maioria de classe trabalhadora dançavam a noite inteira, como se não houvesse um dia seguinte. Abastecidos por drogas, pela paixão da música negra e a poluição das cidades do Norte, ouviam os discos mais dançantes e obscuros de Soul Music trazidos pelos DJs que passavam meses fora do país em busca das maiores pérolas da música negra americana.

O Northern soul, cultura que teve esse nome dado por um dono de uma loja de discos, não tinha esse nome por ser uma vertente de Soul Music feita no norte de algum lugar, mas uma vertente de Soul Music apreciada e celebrada no Norte da Inglaterra. Quanto mais rápida a batida e quanto mais obscura fosse, melhor, e nisso a cultura rave e do DJ estavam moldadas.
Com o passar do tempo e com a própria evolução do som, o Soul foi ficando mais funkeado até chegar ao que se é conhecido por Disco music.


O Soul do Norte era uma influência reparável na cena de Madchester mas foi perdendo um pouco o gás que tinha no meio da década de 70 e com o rápido crescimento do House no gosto dos ingleses, a coisa foi caindo um pouco no esquecimento. Não podemos esquecer também do garage, outro som que essa geração cresceu ouvindo e que tinha na sujeira e na porra louquice das bandas, seu grande diferencial.


The Twisted Wheel, um dos lendários clubes de Northern Soul em Manchester


Parte 2 - Final

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