Contudo, não podemos falar da banda sem deixar de falar do Movimento Black Rio. No fim dos anos 60 e início dos 70, rolaram vários bailes pelo Rio de Janeiro. Apesar de, inicialmente, serem frequentados pela perifa, aos poucos surgiram outros em regiões com mais grana, como o Baile da Renascença, a famosa noite do Shaft.
Foi nessa época que o Soul bombou no Brasil e a cultura black dominou, Mesmo com toda pressão da ditadura, da esquerda e dos sambistas das antigas. Era de consenso quase geral que essa apropriação de uma cultura estrangeira, e mesmo a própria ascensão do negro, era incômoda.
A banda Black Rio surgiu nesse período, a pedido da Warner a Oberdan Magalhães para juntar músicos que mesclassem soul music com samba. Assim como o Skatalites na Jamaica, outra dream band foi criada. Com os melhores músicos da cena, agora no Brasil e com o black: Luis Carlos, Cristovão, José Carlos Barrosinho, Lúcio Silva, Jamil Joanes e Claúdio Stevenson. Alguns deles, ex-membros da lendária Impacto 8, que já tinha feito muita coisa boa por aí.
A carreira foi curta, tendo apenas lançado três discos, e teve um peso tremendo. Talvez só não teve peso maior que o Tim Maia perto do fim de sua carreira. Do Maria Fumaça, seu disco de estréia - que rendeu até música em novela da globo - ao derradeiro disco Saci Pererê, de 1980, o grupo fez funk, samba, soul, boogie e até alguma coisa de baião, que já havia sido experimentada pelo, novamente ele, Tim Maia. É uma mistura sensacional e única. Tanto é, que o som é reconhecido no mundo inteiro, tendo fãs da estatura do Kay, do Jamiroquai.
Com o pedido da gravadora para inserirem vocais em algumas músicas, além de outros problemas, o Black Rio foi perdendo alguns de seus membros, como Jamil Joanes e Cristovão Bastos, que foram logo substituídos por Valdeci Machado e Jorge Barreto. Mesmo continuando a fazer shows, o declínio do Movimento Black Rio colaborou com o fim da banda, juntamente com a morte de Oberdan Magalhães em um acidente de carro.
A banda voltou em 2001, reformada pelo filho de Oberdan, lançando o disco "Movimento", apesar do fato de não haver ninguém da formação original no grupo. Existe, inclusive, uma certa polêmica entre os músicos ainda vivos e a nova formação. Não queremos entrar nessa discussão, somos meros fãs da Black Rio. A torcida fica para que tantos os membros antigos quanto o filho do Oberdan, William, consigam entrar em um consenso, não só em respeito aos membros falecidos, mas a todos os velhos e novos blacks por aí. E claro, que o show do dia 16 seja do caralho!
Pra encerrar, fiquem com Maria Fumaça, o maior hit dessa banda:
Release oficial do Show na Virada Cultural em Santos:
Dia: 16/5
Horário: 18h
Local: Praça Mauá
Abertura oficial com Banda Black Rio
Misturando Funk, Jazz e Samba, o grupo surgiu na década de 70 e continua fazendo sucesso até hoje. O show da Banda Black Rio apresenta, além das músicas da primeira fase, como Mr Funk Samba e Maria Fumaça, composições mais recentes, entre elas Nova Guanabara e Carrossel, oferecendo ao público um panorama da evolução do cenário samba/funk/soul brasileiro, com muito suíngue
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