sexta-feira, novembro 21, 2008

Swing: Rumo à sacanagem

Esse foi um trabalho feito pra um TCC sobre Jornalismo Gonzo. Para quem não conhece, é basicamente o Novo Jornalismo, quebrando o resto das regras que faltavam, e regido sob o espírito de Hunter Thompson. Este post está dividido em três partes e a próxima será postada sábado a noite.

Avisamos que o post tem conteúdo adulto e sexual, podendo ofender algumas pessoas. Por via das dúvidas, não leia.




Swing: Rumo à sacanagem
R. Costa

Um terreno cinza pra quem gosta de uma sacanagem, o swing é uma daquelas coisas que você acha que apenas empresários enfadados com o casamento faziam. Na realidade, o nome era Jogo da Chave, prática americana dos anos 60 e 70, onde homens colocam suas chaves do carro em um cinzeiro, e as esposas aleatoriamente pescavam uma chave, sem ver. Uma roleta russa do lazer adulto com a torcida de que a loira peituda agarre com todas suas forças seu chaveiro do Fusca, mas com maior probabilidade de que você seja contemplado com uma mulher de mesmos atributos físicos do que seu carro. Grande, pesado e com um cheiro estranho por dentro que nunca conseguiram identificar do que seja.


Contudo o swing evoluiu muito, ganhou as ruas e cerca de quarenta mil americanos são membros da NASCA (Associação Norte Americana de Clubes de Swing), segundo a própria associação. Certo, talvez ‘ganhar as ruas’ ainda não tenha acontecido, porém esse número é espantoso, considerando que esses não são apenas swingers casuais, mas sim pessoas que vivem esse estilo de vida. Já no Brasil, a coisa não evoluiu tanto, mas alguns bons clubes estão abertos em muitas cidades, mas se concentrando em São Paulo.


Aí começa a velha história da criação da reportagem. Reunião de pauta, um bom assunto e um bom repórter. Não que o repórter seja bom, mas quebra o galho, ainda mais se for pra falar de dezenas de casais fazendo até o diabo chorar. Aliás, todas minhas pautas deveriam ser assim. Clube de swing, cobertura de uma viagem de primeira classe à Europa, uma tour pela mansão da Playboy. Meu tipo de jornalismo.


Após a fase inicial de animação de mais uma reportagem, começa os preparativos. Primeiro e antes de tudo, a permissão do patrão. Neste caso, a patroa. Após o drama inicial, tudo certo. Depois: achar uma casa de swing. Na baixada santista há apenas um night club que adere ao encontro de casais, e apenas no domingo. Porém, melhor ir num lugar de nome, ver a coisa toda em um lugar projetado para tal ritual.


Acho um em São Paulo, com nome de puteiro caro ou de boate barata. No fim, era a primeira opção. Consegui, através do fórum Guia de Garotas de Programa (http://www.gpguia.net), achar o bar que foi descrito por um usuário como ‘o melhor bar para a prática, quem nunca foi não pode dizer que pertence ao estilo de vida’. Com palavras tão ternas, resolvi que esse seria o alvo. Melhor ir direto ao topo. Até porque no dia seria o aniversário de uma stripper famosa. Ledo engano, o aniversário seria na outra semana. Saco.


Preconceito com homens sozinhos, altos preços e a inacessibilidade do local me desanimam um tanto. De táxi, em um bairro nobre da capital, do metrô mais próximo até o lugar, trinta reais. Entrada de homem sozinho no dia de maior lotação da casa: cento e setenta reais. Isso mesmo, a prática do swing definitivamente não é pra pobre. Pra esse grupo, só resta mesmo a putaria desvairada. Além de custoso, entrar sozinho no bar é mal visto, pelo jeito.


Tímido pelo ambiente que cheira a lubrificante, sentei no canto. Cheguei cedo, apenas outros três casais distantes de si. Já pensei, azedou a matéria toda. Por sorte, suingueiros são uma espécie de hábitos noturnos. O cardápio podia ser confundido com a tabela de preços de uma concessionária. A bebida mais barata custava um quinto da entrada. Tive que implorar pela cortesia do garçom de me trazer doses de pinga a preço de suco. Que, por sinal, tem os preços tão fora de contexto quanto os drinks. Certo, mais solto, tranqüilo, deu pra ir ao banheiro sem ficar com vergonha. Passando pelas mesas feitas em bancos para casais, estimulando a conversa e tudo mais entre os freqüentadores, tenho uma vista melhor da pista de dança. Tudo ali lembrava uma boate cara do interior. Música dos anos 80 pseudo romântica, uma pista de dança com globo de luz, piso piscante e mesas de madeira. Tudo, com exceção das mulheres, que começavam a chegar, devidamente acompanhadas e usando micro saias que mais se assemelhavam a panos amarrados na cintura, ou vestidos vergonhosamente curtos.


Primeiro baque. Um casal chega e cumprimenta outro com beijos longos e entusiasmados na boca, enquanto ainda estão de mãos dadas. Esse lugar começava a dar um novo conceito à expressão ‘bons amigos’. Finalmente entro no banheiro, passando pelas mesas em forma de ‘u’ no que pareceu ser uma eternidade. O banheiro, meu Deus, o banheiro. Que coisa linda. Uma escultura no meio do hall do toalete, seguida por uma fonte de um moleque cuspindo água na parede. O chão, de ardósia, e a pia, de mármore, devem ser as melhores instalações do tipo que já testemunhei.


Ao lado do banheiro percebi uma escada que dava a um piso superior, que percebi que havia ignorado. Subindo, deparo-me com um corredor e uma passagem escura, com uma espécie de lençol preto, pelo que parecia de longe, uma entrada de tapume. Olho aquilo, em volta apenas outro banheiro e outro corredor, com três pequenas salas com porta e paredes de grade de madeira, e um grande quarto ao fim, com sofás de couro ao redor. Voltei aonde estava. Sai dali uma rotunda loira de vestido vermelho, a quem pergunto pra onde leva aquele sórdido pórtico. A resposta, que não me ajudou tanto quanto achei que fosse, aumentava a estranheza. “O labirinto”.

3 comentários:

  1. Leu este relato e sentiu desejo de conhecer melhor o "Mundo do Swing e do Menage" ?
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    Somos o Casal Lua e Sol.

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  2. Acho que não tem nada mais excitante, do que frequentar um bom Clube de Swing.
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